A LINGUAGEM SAPIENCIAL DOS PROVÉRBIOS



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       Lendo e aprendendo!
       O que é um Provérbio?
      O Aurélio responde: "Máxima ou sentença de caráter prático e popular, comum a todo um grupo social, expressa em forma sucinta e geralmente rica em imagens; adágio, ditado, anexim, exemplo, refrão, refrém, rifão. Ex.: “Casa de ferreiro, espeto de pau”; “Quanto maior a nau, maior a tormenta”. 

      Atentem, caros leitores, para a filosofia deste provérbio chinês: “SE HOUVER NOBREZA NO CORAÇÃO, HAVERÁ BELEZA NO CARÁTER. SE HOUVER BELEZA NO CARÁTER, HAVERÁ HARMONIA  NO LAR. SE HOUVER HARMONIA NO LAR, HAVERÁ ORDEM NO PAÍS. QUANDO HOUVER ORDEM NA NAÇÃO, HAVERÁ PAZ NO MUNDO”.

      Adágio como este e os a seguir, fazem parte do patrimônio comum da sabedoria popular. “Deus dá o frio conforme a roupa”. Dele deduzimos que não devemos nos preocupar com o dia de amanhã. Pois o “amanhã” a Deus pertence. Até na Bíblia encontramos essas sentenças breves, filosóficas e orientadoras, que nos exortam de forma sutil e frequentemente figurada. “Dos maliciosos procede a malícia”. (1 Sal 24,14) Os provérbios são ditames práticos e úteis para nossa vida. Esse palavreado folclórico passa de geração em geração, com a mesma graça e força orientadora, com mensagens de sabedoria e advertências. Os provérbios são filosofias sintéticas. Por isso eles são tão bem assimilados pelo público.

      Provérbio significa: Máxima ou sentença de caráter prático e popular comum a todo um grupo social, expressa em forma sucinta e geralmente rica em imagens. Conhecemos autores de alguns provérbios. Porém a maioria deles é de origem desconhecida. Como será que eles surgem? Quem os faz e como são divulgados? Este vem da Antiguidade: “À César o que é de César. À Deus o que é de Deus”. Os provérbios podem ser clássicos, literários ou populares. Fato curioso é que eles são profusamente citados, pois exercem atraente fascinação na dialética corrente. Servem para dar ênfase a uma afirmação, colorir um pensamento ou sintetizar uma conceituação. Às vezes nos advertem contra perigos: “Quem semeia vento colhe tempestade”. Fazem galhofa: “Primeiro nós e depois vós”. Ou brincam com nossos sentimentos: “Quem canta seus males espanta”.

      Afirmo que o provérbio é uma verdade, que resume uma experiência. Dizem que: “A alma do negócio é o segredo”, pois: “Se queres a vida bem passar, hás de ouvir, ver e calar”. Não faz sentido sair por ai fofocando nossos projetos; quem os conta termina aprendendo que: “As paredes têm ouvidos”, e que: “Nem tudo que reluz é ouro”. Nossos amigos são questionados neste adágio:”Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”.

      Os provérbios falam por si sós, através da linguagem compreensível e incisiva. Quem não se lembra deste, que é muito comum? “O hábito não faz o monge”, mostrando-nos que as aparências enganam. Aprendemos que: “Deus escreve certo por linhas tortas”; por isso nunca devemos questionar seus projetos para nós. “Entre marido e mulher não metas a colher”. Quem tenta apartar briga de casal sempre se dá mal. Muitas pessoas precavidas demais não gostam de arriscar. Aqui está o ensinamento: “Vencer sem perigo é triunfar sem glória”. Duas coisas que transformam as pessoas: dinheiro e poder. Daí dizer-se: “Queres conhecer o vilão,mete-lhe a vara na mão”. Este provérbio se aplica muito bem na nossa politicalha. Quando candidato a um cargo eletivo, o aspirante se apresenta como se fosse um verdadeiro santo; honesto, salvador da Pátria,  cumpridor dos seus deveres e promessas, afirmando que só pensa no bem dos eleitores. Mas, depois de eleito  se torna o vilão da história e só lembra de aumentar seus haveres.

      A filosofia dos provérbios fala direto ao nosso intelecto, quando prescreve: “Quem dorme, dorme-lhe a fazenda”. Isto é: quem não está à frente dos seus negócios e propriedades, corre o risco de perder tudo. São muitos os adágios que invocam o nome de Deus: “Mais vale quem Deus ajuda que quem cedo madruga”. Este outro ressuscita nossas esperanças e é muito citado: “De hora em hora Deus melhora”. Muito popular é esta máxima, já desgastada pelo uso: “Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”. Minha avó sempre falava: “Aceitar um favor é vender a liberdade”. Este se casa direitinho com nossa política de  "é dando que se recebe”.

      Estes são muito significativos: “Santo de casa não faz milagre”, e em “Casa de ferreiro espeto de pau”. Ambos são muito usados e provam nossa capacidade de resolver problemas corriqueiros. Em se tratando de negócios nunca misture as bolas: “Amigos...amigos, negócios à parte”. Na linguagem proverbial as flores também mandam seu recado: “Não há rosas sem espinhos”;  nem melhor conselho do que este: “Vintém poupado, vintém ganho”. Com relação à boa vizinhança, o adágio diz: “Quem tem telhado de vidro não deve atirar pedras no do vizinho”.

      Cuidado! “A ira é mau conselheira” além do mais a raiva mata. E por falar nisso nunca devemos protelar nossos deveres: “Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”. Muitas pessoas prescrevem esta máxima: “Quem tem boca vai a Roma”. Portanto, se o amigo leitor se perder, não se perturbe... pergunte. Aconselho-o a escolher bem suas companhias: “Antes só do que mau acompanhado” e mais: “Com perseverança tudo se alcança”. Nunca devemos ser presunçosos. Assim: “Nunca digas deste pão não comerei; desta água não beberei”. É bom lembrar que nem sempre o vento sopra a nosso favor. Mas, se  algo errado acontecer: “Não há nada como um dia atrás do outro”.

      Afirmam que “Tempo é dinheiro” e que “A mentira tem pernas curtas”. Isto quer dizer que não devemos perder tempo à toa e que as mentiras terminam sendo descobertas, mais cedo ou mais tarde. Nunca desanime mesmo nas horas difíceis das adversidades: “Após a tempestade vem a bonança”. Já não agüento mais esta conversa: “Amor com amor se paga” Apesar de ser um ótimo conselho não acredito nele, pois, “De boas intenções o inferno está cheio”. Encontrei na Bíblia: “O homem propõe e Deus dispõe”. Isto é: nem sempre as coisas acontecem como desejamos. Por mais paradoxal que pareça Deus sabe o que é melhor para nós do que nós mesmos, pois Ele nos ama com amor de Pai. Às vezes citamos provérbios para nos exprimirmos figurativamente melhor, enfatizando as sentenças e finalizando conceitos. Afirmam que os provérbios são a bíblia dos pobres, porque, transformados em ditos populares, tornam-se cultura de massa...todo mundo entende a lógica dos provérbios,  como estes: “Toda idade é boa para a morte”; "Tristezas não pagam dívidas"; “O medo dá asas”; “A união faz a força”.

      Selecionei alguns provérbios interessantes, para deleite dos amigos leitores. Ei-los: “Todos os ouvidos ouvem perfeitamente, quando se fazem promessas” (Prov. Do Surinam); “Pagamos caro pela experiência que podíamos ter obtido de graça com nosso próximo” (Prov. Armênio); "Se teu inimigo (ou vizinho) te incomoda, dá um tambor a cada um dos seus filhos” (Prov. Chinês); "Quando um elefante está em apuros, até uma rã lhe dá pontapés” (Prov. Hindu);  “O verdadeiro amor às vezes só vem com o primeiro neto”. (Prov. Galês); “Há três coisas que não podem ser ensinadas: a generosidade, a poesia e uma voz de cantor”. (Prov. Irlandês).

      Exemplo de provérbio clássico: “Afoguei as mágoas com provérbios” (William Shakespeare). Cada pessoa guarda no coração um provérbio especial. Este é o meu: “O pouco com Deus é muito, o muito sem Deus é nada”. Qual é o seu adágio,  ignoto leitor?  

Autor Rivaldo Cavalcante

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