MENTIRA



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Quem foi o sacripanta que inventou a mentira? 

Mentir é um costume muito antigo de encobrir uma maldade, de negar
uma coisa errada. 
De não confessar a verdade. A própria História da Humanidade
relata que
os primeiros mentirosos do Universo foram a serpente do paraíso
e mamãe Eva; quando falou carinhosamente para seu amado:
"Adão, toma e come bicho besta, Nosso Senhor não está aqui. 
A cobra jura como nada nos acontecerá. A hora é agora".
E aconteceu o que aconteceu...!


Difícil definir a mentira,
 essa coisa santa e diabólica ao mesmo tempo. Capaz de nos alçar aos
céus ou de nos afogar no inferno.
Presentemente neste pais chamado Brasil, a mentira resplandece
com todo seu esplendor sorrateiro e perspicaz. Impossível explicar porque isto sucede na nossa Pátria Amada.
Mentir não se coaduna com felicidade, nem com bondade,
nem como inteligência, nem como meio de subsistência,
nem como dignidade.

A mentira termina sendo um sufrágio de última hora para
encobrir uma falcatrua, um crime ou um mal qualquer.
Mente-se por brincadeira em qualquer momento, lugar ou ordem de pensamento. Nada escapa à mentira. Os ateus recusam
peremptoriamente a existência de Deus. Mas todos nós
sabemos que Deus existe e sempre existirá por séculos e mais séculos.
Mente-se que os panoramas sócio/cultural/desenvolvimentista
vão bem, nos parâmetros brasileiros. 

Mente-se que nossos jovens estão bem encaminhados
culturalmente para empreenderem vôos largos nas asas
da felicidade no futuro. Mente-se que a violência no Brasil está dominada.
Que o nosso sistema de governo é sério, límpido, honestíssimo e impecável. Que o superávit da balança comercial está uma mamata.
Mente-se sobre a precariedade dos nossos sistemas de saúde pública
que servem de exemplo para outros paises, de tão maravilhosa que são.
Mente-se que não há rapinagem (leia-se ladroagem) no sistema
funcional do pais.
Mente-se que nossos políticos são competentes e impolutos
funcionários da União, incapazes de mentir. 

As mentiras brasileiras são tão atrevidas e aviltantes, que
para muita gente, elas são verdadeiras e até necessárias.
Vamos ao exemplo mais sórdido. A pobreza dos sem teto
sem eira nem beira, que vivem ao relento à mercê do tempo,
nos locais de riscos. Pois bem. Essa parcela da família brasileira
está relegada ao ostracismo, em petição de miséria.
Mas os estádios de futebol para a copa de 2014 estão em franco desenvolvimento, enaltecendo uma riqueza que mancha o Brasil,
que não espelha a verdade do povo que aqui mora, sem saúde,
sem empregos, sem escolas, sem roupas e calçados. Muitos sem
dignidade e até sem origens.

Mentir é um costume feio, maldoso e insuportável, infelizmente
arraigado (empoleirado) pelo país afora como um mentor de
ajuizamento correto e impecável. Estamos hoje em alta com as
mentiras de todos os calibres. Quem não mente, ou nunca mentiu?
Eu já tenho algumas mentironas arquivadas no meu arquivo
de coisas falsas. Mas pelo menos eu justifico: sou apenas
um mentiroso esporádico, dependente das situações.
(rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs)

Tem muitos condutores particulares e profissionais transportando
mentiras de todos os tipos e calibres. Entre outros, temos a
Televisão, a Internet, o telefone celular (este é uma praga) os
jornais e revistas
e muitos outros barcos que transportam as mentiras
nossas de cada dia.
Estou chegando à conclusão que é inteiramente impossível
a vida sem mentiras. Elas passam a funcionar com um êmbolo
à parte que impulsiona o mercado e instiga o progresso.
Conclusão: Sem mentiras não há expansão!

Por exemplo. Na feira o feirante grita a plenos pulmões que
as laranjas que vende são doce que nem mel. Do outro lado o
feirante berra que seu peixe é fresco, que os tomates
são os melhores do mundo. Na sociedade tem colégios
apregoando mentiras
informando aos pais e alunos que sua educação é a melhor da cidade.
A donzela vai a Igreja ajoelha-se no confessionário e jura que
nunca pecou, aí o padre dá uma risadinha marota porque
conhece a penitente, mas mesmo assim absolve seus pecados.
Isto é conivência pacífica.

Tem muitas mentiras rodando por este pais afora.
Lá em Brasília num prédio chamado Congresso Nacional,
tem um magote de pessoas trabalhando. Todas, absolutamente
todas, dizendo-se honestas e sem pecados. Mas elas o fazem
com tanta realidade que juramos serem verdadeiras suas declarações.

E as mentiras vão correndo mundo afora. Tem quem mate e jura
como não matou. Tem os que roubam e afirmam serem inocentes.
Tem os desgraçados pedófilos que juram serem anjos de Deus.
O doutor receita para o paciente um medicamento milagroso e
o remédio termina matando o coitado. A moralidade da mentira é
muito volátil. Porque há muitos meios de escapatórias nas
horas dos apuros.

As mentiras têm razões morais e imorais de serem proferidas.
 Na minha pesquisa constatei que os carinhas mais mentirosos
do planeta são os maridinhos. Coitados! Tão inocentinhos.
Não encontrei ainda um que diga ser infiel à esposa!
Isso se chama equilíbrio marital!

As mentiras são confissões de culpas. Será que podemos
encontrar uma mentirona que não seja mentira? Por exemplo.
A nossa Presidente propala à céu escancarado que vai acabar com
a pobreza no Brasil! (rsrsrsrsrsrs) Acho essa declaração uma mentira
bastante mentirosa...!

Há mentiras domésticas, locais e internacionais. Há muitas
tendenciosas, outras inescrupulosas, maldosas, culposas, injuriosas
(...fulano roubou o relógio de cicrano), outras de elite
(...esta casa vale o triplo do preço). Tem mentiras até para
matar a fome (...ainda hoje não nada, nada, nada) E tem as
mentiras para boi dormir. (...escuta aqui amigo me empresta
cincoentinha que à noite te devolvo...Mentira velhaca esta)

E quando as mentiras começam? Na infância é claro. Quando o
garotinho urina na cama, a mãe descobre e pergunta quem fez aquilo.
E o garotinho responde inocentemente. "Eu não urinei na cama, mãêêê".
Mas a única pessoa que há na casa capaz desta desdita é ele
próprio. Mamãe sorri, perdoa a mentirinha e deixa a barco seguir.

Já que mentir não é pecado, vamos mentir mais um pouquinho,
enquanto seu lobo não vem!
As mentiras nunca terão fim, até a consumação dos séculos. Amém!

Porque mentir às vezes é uma delícia escapatória de uma diabrura.

Autor Rivaldo Cavalcante

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