Minha Casa



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Convite.

Venha visitar minha casa. Não se trata de uma luxuriante mansão, dessas que deslumbram, do tipo coisa de cinema. Minha casa é muito simples e pequena, mas aconchegante e regiamente preparada para receber sua honrosa visita, com muito carinho e amor. Tem até um cheirinho de alecrim.


Na minha casa, nosso templo místico, dá até para sonhar com a felicidade. Na parede de fundo da minha casa, coloquei a nossa foto de Bodas de Ouro de casamento. No portão de entrada da minha casa, coloquei esta frase: “Deus o abençoe ao entrar. E pelo lado de dentro esta outra: “Deus o acompanhe quando for embora”. Minha casa é um espaço sublimado onde moram a esperança, a harmonia, a fé, a solidariedade e o amor. É um aprazível recanto iluminado pela luz Divina. Silenciosa, que às vezes dá até para ouvir os anjos tocando harpas lá em cima .

Minha casa tem coisas que outras casas não têm. No rodapé do muro da frente, plantei quatro pés de amores: amor sincero, amor verdadeiro, amor que dura toda vida e amor-perfeito. No jardim da minha casa plantei pés de sorrisos, para receber você com todo cerimonial, como visitante especial. O terraço acolhedor, está enfeitado com conhecida espécie de planta chamada solidariedade. Quero dar-lhe o abraço da paz e o aperto de mãos de amigos para sempre. Depois sentamo-nos e curtiremos essa amizade. Evocando o passado, criticando o presente e imaginando o futuro.

Na sala de visitas coloquei nos quatro cantos, vasos com pés de gratidão de todos os tipos e cores. E também uma Bíblia aberta no Gênesis, com a narração dos esplendores da criação do Universo.

Nos banheiros mandei pendurar fitas verdes simbolizando a esperança, que nunca deve desaparecer dos nossos corações; tanto nos dias claros como nas noites escuras. No primeiro quarto coloquei sobre um console, um vaso branco de perdões. Ah! Os perdões. Como eles são importantes para a harmonia dos nossos lares. Sem perdões e tolerância nenhum lar é feliz. Nenhum amor floresce em plenitude.

No segundo quarto plantei pés de verbenas, símbolo do amor, para simbolizar o quanto nos queremos bem. No quarto dos hóspedes coloquei um quadro com a figura de Nossa Senhora das Graças, com as mãos espalmadas, derramando suas bênçãos e graças sobre nós.

Na sala de refeições coloquei o aviso: “A gula é pecado!” No quintal da minha casa mandei construir um coreto sextavado, com clarabóia transparente, para vermos a lua esplendorosa passeando pelo céu, o êxtase do surgimento da aurora e o episódio saudoso do ocaso; lá no poente onde nossas vistas não alcançam.

O que mais chama a atenção na minha casa, são a harmonia, a alegria, a firme esperança de paz e amor, Para presentear meus diletos visitantes. Na minha casa dá vontade de ficarmos o tempo todo dentro dela, sem nos imiscuirmos com as maldades do mundo; porque joguei no lixo os televisores, computadores, aparelhos de rádio e sons. Dá até para ouvir o cochichos dos corações e o ronronar do gatinho Siamês espichado na cadeira de balanço.

Na minha casa não tem luxo nem riqueza, mas tem cinco metros de felicidade e aquela afabilidade de colo de mãe. Quem aqui chega se torna amigo; quem daqui sai promete voltar.

No forno do lixo da minha casa, incinerei as indecisões, os rancores, as invejas, os medos, as raivas, os preconceitos e demais entulhos que possam destruir nosso lar. Ou macular os afetos que nos tornam irmãos.

Num cantinho reservado, tem uma estante com livros, revistas, dicionários para nos divertirmos nos momentos de lazer.

Sim, ia esquecendo, tem também café da manhã, almoço, lanche das cinco e jantar. Tem amendoins torradinhos, castanha, pipocas, água de côco, tapioca, beiju. pamonha, canjica e milho verde assadinho na hora.

Venha nos alegrar com sua presença.

Autor Rivaldo Cavalcante

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