Teologicamente analisei-me como filho de Deus. Estatisticamente sou apenas um RG e um CPF.
Pouca gente me conhece no universo ao qual pertenço.
É difícil analisarmos nós próprios. Exageramos nas conclusões e nem sempre lembramos do que é importante para nós e para os outros.
Será que ser legal é importante? Diplomata? Cientista? Santo?
E ser bonito, elegante, bom filho, bom funcionário, bom esposo, bom patrão, bom amigo, bom pai?
Muitas facetas revelam nossas personalidades de forma ampla ou sucinta. Tudo depende do caminho que estamos percorrendo, objetivando um fim feliz. Desde que chegamos ao mundo e durante nossa vida toda estamos sempre em gestação.
Há imperativos que precisamos respeitar, para sermos respeitados. Assim como há
parâmetros para medir nosso comportamento no lar, na escola, na comunidade, no trabalho.
De que somos feitos realmente? De emoções quentes ou frias. De esperanças fortes ou fracas. De fé pequena ou grande. De desejos sérios ou ilusórios.
De objetivos estreitos ou largos.
De sonhos miríficos?
Dessa mistura emerge um ser pensante que sou eu.
Ao longo do percurso da vida, sou obrigado a aprender constantemente tudo que vai me guiar, interessar, emocionar, alegrar, decepcionar e ajudar.
Aí aparecem as oportunidades de aprender a ser uma pessoa coerente com meu padrão, meus sentimentos e minha conduta. Sobretudo com minha personalidade.
Aprendi, então, a ser bom, amável, analítico, organizado, discreto, estudioso, cordato. Aprendi a amar as coisas que me cercam, principalmente as pessoas que estão comigo: familiares, amigos e amigas e os desconhecidos também. Eles fazem parte da família.
Aprendi que a vida é um rosário de realizações que nos guiam em direção ao sucesso. Aprendi que preciso amar meu próximo, para ser por ele amado. Aprendi a dizer e a escrever palavras encorajadoras, que motivem, que emocionem, que ensinem.
Aprendi a ser apaixonado pela lealdade, pelo respeito, pela beleza e pelo Amor.
O Amor-paixão que une os casais amorosos, que inspira o romance e a crônica.
O suspiro que faz o coração transbordar de paixão, que transmite valores nobres, que constrói as famílias.
E até do Amor criador de casos! Que seria de nós sem o Amor?
O Amor tem sido muito desrespeitado por pessoas que não sabem Amar.
Aprendi que ninguém sai deste mundo sem ter realizado seu papel no palco da vida.
E nesse constante e longo aprendizado aprendi a rezar, a agradecer, a oferecer, a respeitar e ajudar os outros, a ouvir quem precisa ser ouvido, a estimar e defender a Natureza com todos os seus deslumbrantes encantamentos.
Aprendi a amealhar no meu coração um punhado de sentimentos que me inspirem no que realizo neste instante e nos seguintes.
Aprendi a ter um ideal, uma família, um lar, a fazer amigos (tarefa difícil esta). Aprendi a ser humilde e sempre estar circunscrito ao meu círculo, sem as fanfarronices dos arrogantes e cultores das vaidades inexpressivas.
Aprendi que nossa vida aqui é curta demais para ser pequena. É importante demais para ser estragada pelas novelas, orgias, com estratégias de sempre desejar ser o "tal", o "magnetizador das atenções", o "polivalente".
Estou confortado com o que aprendi, porque dividi parte com meus irmãos. Perdoando mais do que condenando; socorrendo mais do que pedindo socorro. Tendo por ideal a construção de um mundo melhor. A união cristã de todos.
Aprendi que preciso sempre estar aprendendo!
Claro que não mudarei a rotina do Universo, mas colaborarei sempre para que ao meu redor reine a alegria, o bom-humor, a prestatividade, através do bom exemplo e das palavras que precisam ser ditas, para serem ouvidas.
Das pontes que preciso construir para os outros passarem.
Às vezes sou um chato, ranzinza e um inconformado emocional.
Claro que tenho medos, mas isto é confidencial.
Perdoe-me; é assim que sou, talvez contrariando sua opinião.
Sem esquecer acima de tudo que amo e confio em Deus.
Este é o meu perfil de aprendiz.
Autor Rivaldo Cavalcante
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