Os Pardais não sabem sorrir



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A sociedade brasileira atravessa momentos de desoladora consternação e incertezas; incomodada pela violência desenfreada, ostensiva e pelo cinismo de muitos políticos malandros e desonestos, que fazem da política o apanágio de suas falcatruas.

Estamos vivendo num estado de baderna e violência, dentro de um suposto Estado de Direito e de Paz. O cidadão emudece para não se comprometer e prefere dizer “NÃO” ou “NÃO SEI DE NADA” ou “NÃO VI  NADA”. Espraia-se o retraimento e a indiferença entre a população. Aos poucos, as famílias e os amigos se distanciam premidos pelas circunstâncias e pelo medo; restringindo-se sua felicidade a encontros apressados ou fortuitos. O romantismo perde espaço para o vandalismo. A piedade cede lugar ao ateísmo declarado. O amor verdadeiro esvasiou-se no alforge das esperanças. Mas, o amor controvertido, mentiroso, passageiro, oportunista, egocêntrico e descompromissado, alastra-se, como erva daninha.



Banalizam a morte como rotina do dia a dia. As pessoas amam menos e sofrem mais. O homem volta às origens, tornando-se impiedoso, calculista, ganancioso, cínico e frio. Formam-se quadrilhas de periculosidades  comprovadas e monitoradas pela tecnologia de ponta, para desestruturar o sistema político, o sossego social fraterno, extorquir, desintegrar e desmoralizar a sociedade e esfarrapar as famílias. É o mal vitorioso contra o bem acuado.  Nossos jovens se pervertem à base de entorpecentes, nas orgias das baladas, do desamor e do vandalismo pendurado no fio da indecência sem freios. Está instituido no Brasi, um insubordinado clima, irreversível, de degradação moral, cívica e política.

A televisão se encarrega de entronizar o desastre, a desobediência,  mostrando que a vida só é colossal quando o ser humano é torturado, sequestrado, massacrado, roubado,  humilhado e violentado, tanto nas  novelas e filmes cruentos, como na vida real. Histórias de casais que se dilaceram publicamente, são veiculadas como troféus de uma guerra perdida, com requintadas embalagens e robustos patrocinadores, para públicos de todas as idades. Os enredos só agradam se apresentam um ou mais assassinatos e muita violência. A apresentadora de TV endiabrada humilha o jovem homossexual diante do pai sexagenário. À noite ela se deitará de peito lavado por ter levado aos nossos lares cenas tão cruéis. Pai e filho talvez nem consigam reorganizar suas vidas destroçadas em poucos minutos. Vivemos como no tempo dos gladiadores. Quando homens indefesos eram colocados na arena do Coliseu, para serem trucidados pelos próprios irmãos ou por feras famintas até à morte. Então, a platéia delirava de prazer. Um prazer funesto e injurioso para a criatura de Deus na Roma herética. A prostituição indomável mina de perversidades os sagrados campos do Amor; vitimando crianças e jovens que começam a palmilhar pelos caminhos da vida.


A imprensa abre feridas nos corações tomados de pavor. O povo brasileiro manietou-se estupefato e impotente diante da bandalheira institucionalizada. Da canalhice, da mentira, da palhaçada. Os atos de civismo e heroísmo não mais interessam nem emocionam. A honra pouco vale, diante da ganância. Vive-se um clima de “salve-se quem puder”! Honestidade, fé e amor necrosados não servem mais para nada. O pior é que a sociedade necessita estar atualizada com os acontecimentos de cada momento, inclusive crianças e adolescentes, que participam dessa hedionda crise moral e permissividades sem precedentes. O poder público que deveria proteger o povo, deixa as águas rolar. Deificam-se  os bandidos que nada têm a perder; enquanto os honestos, os bem intencionados, os  trabalhadores são passados para trás, como  despojos. Certamente toda essa onda de consternação seja fruto da falta de cultura moral, de amor ao próximo e falta de Deus nos corações. Talvez seja falta de trabalho para manter as pessoas ocupadas e torná-las prósperas. E não mendigas esmoleres das bolsa isso e aquilo. Vergonha nacional, diante de você e de mim!


A ociosidade  gera os malfeitores da coletividade (ladrões e assaltantes) que, à falta de  quem garanta sua subsistência, buscam eles próprios as soluções. O destino da Pátria está atrelado aos nossos méritos: se criamos cobras, por elas seremos picados. Se criarmos gênios o mundo será melhor a partir deste momento. Contudo, não podemos esquecer que a humanidade cultua falsidades. Idolatra líderes tiranos e se espelha no esplendor do poder feroz, na injustiça, na ganância e na força bruta para dominar e conquistar poder.


Depois da tortura de Jesus Cristo, do infanticídio de Herodes, da brutalidade do Holocausto nazista e da catástrofe do Word Trade Center tudo pode acontecer neste mundo. Quem deseja saber que mundo é este, basta ler  um pouco do Holocausto ou rever as cenas do WTC, se tiver coragem!


Quem quiser saber que “mundo seria este”, basta praticar a Regra de Ouro deixada por Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado!” O destino da nossa sociedade, mais do que nunca, necessita de forças morais regeneradas. Urge que todos dispam-se do egoísmo, da ganância, da prepotência, do ódio e da indiferença. Nossa brava gente deve tirar a máscara e reagir, devolvendo aos cidadãos a dignidade e o prestígio perdidos, para que a união honesta de cada um construa a felicidade de todos. Apesar da insensatez que nos atemoriza, ainda há esperanças. Não é porque o Brasil é PENTA que a vaca deve ir pro brejo! Há homens de brio nesta nação que podem substituir “bandalhice e a corrupção” por “ORDEM E PROGRESSO”.


Não obstante a televisão mostrar tantas coisas ruins, ainda tem coragem de registrar os grandes feitos de superação humana, na militância política, nas artes, nas ciências, na medicina, na cultura em geral, no humanismo, no ativismo da solidariedade sem fronteiras e na devolução ao homem seu verdadeiro papel de construtor do progresso, da paz e criador de valores morais e éticos. Desculpem os leitores a crônica malcriada. Às vezes precisamos perder um pouco as estribeiras e bradar aos Céus, apelar para Deus para exorcizar as desmoralizações que afrontam nossa Pátria amada e pródiga.


Trégua, Senhor Deus, para as famílias se reagruparem contra as separações cruéis que enfraquecem os casamentos.  Para que os estudantes não se prostituam. Para que todo mundo tenha trabalho e moradias dígnas. Para que floresça a paz neste país. Para que as pessoas se dêem contas de suas responsabilidades civis, políticas, sociais, religiosas e familiares. Para que o sol nasça para todos. Para que não vejamos mais adolescentes abandonados e drogados pelas nossas ruas e praças. Para que os pais sejam responsáveis e compreensivos. Para que a solidariedade seja praticada com amor. Para que o Amor se enraíze em cada coração. "Para que nenhum casal se abrigue debaixo da ponte". Para que haja paz entre os homens de boa vontade. Para que vença a FELICIDADE!


Afinal, os pardais nunca aprenderão a sorrir!


Autor Rivaldo Cavalcante

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