Momento é o instante que acontece agora.
Amar é um dos mágicos e misteriosos momentos da vida. Nem sempre estamos preparados para aproveitar os momentos. O momento não tem medidas certas, nem cores, nem volume, nem peso, nem pressa. Há momentos fugazes e outros intermináveis. Há momentos que adoramos e outros que odiamos.
Suponho que cada um de nós já provou desses misteriosos momentos; alguns curtinhos demais, outros muito demorados. Uns saudáveis e alegres e outros tristes e pesarosos.
Alguns são rápidos, felizes ou infelizes. Outros grudam na gente como que esperando a decretação de uma ordem para melhor ou para pior. Nunca saberemos com precisão o dimensionamento dos momentos que giram em torno de nós.
Enquanto escrevo esta crônica vivo um momento memorável. Ao expor o que há dentro deste velho e amigo coração. Puxar para fora das frestas do nosso íntimo os farrapos dos momentos vividos e acontecidos. O que valeu e o que não valeu!
Todos os momentos são oportunos no nosso fazer e agir. Sem os momentos a vida seria impossível. Tem momentos para nascermos, crescermos, ficarmos adultos, envelhecermos e participarmos do mundo de Deus. Os melhores momentos são aqueles que experimentamos a sós, na obscuridade do nosso pensamento, no agir dos nossos impulsos e forças latentes. Precisamos de momentos de solidão conosco mesmos.
Cada momento que vivemos tem seu preço, seu apreço, sua utilidade. Eles podem ser momentos pequeninos, sem muita importância, sem sentimentalismos, sem profundidade, sem utilidade para nada. Um beijo, um aperto de mãos, um abraço caloroso, um encontro fortuito. Assim como podem ser momentos imprescindíveis nas nossas vidas. De um valor a mais que conquistamos, de uma notícia recebida, de uma meta superada.
Quando estamos prestes a abrir um envelope ansiosamente esperado com notícias do filho que partiu para longe. Ou quando aguardamos o resultado do vestibular. Quando vamos nos transferir de moradia e começar vida nova em novos lugares e momentos. Um novo emprego. Um casamento feliz.
Há momentos toleráveis e outros insuportáveis. Existem aqueles esperados com alegria e os que repugnamos. Uma notícia de falecimento de quem nos é querido. A perda de um emprego, um desquite desastroso, geração do filho que não veio.
Alguns momentos nos induzem a seguir em frente. Outros nos aconselham a retroceder, a começar de novo, a escolher novas escaladas ou veredas.
Talvez o maior e mais solene momento do ser humano é quando ele emerge de dentro do ventre materno, para o esplendor do mundo.
Certamente o mais desolador dos momentos é aquele que precede a morte; quando inexiste retrocesso para a vida.
Nosso glorioso mundo tem passado por momentos de glórias, de esplendores, de magníficas descobertas, de avanços utilíssimos para a humanidade. Um deles foi quando Thomas Edison inventou a luz elétrica e outros que inventaram o telefone, a escrita, o automóvel, o relógio, os medicamentos, as chaves que guardam nossos segredos. As dosagens nos sabores dos alimentos. E outras invenções indispensáveis às nossas vidas.
Concomitantemente, muitos maus momentos avassalaram a humanidade. Nos momentos de guerras, catástrofes, de terremotos imensuráveis que abalaram o mundo. A Primeira e Segunda Guerras mundiais foram dois momentos trágicos para a humanidade. Cujos dramas passionais nunca sairão da nossa imaginação. Muitos outros momentos massacraram nosso viver pela violência não somente dos humanos como pelas catástrofes naturais. Que ceifaram vidas e danificaram as paisagens.
Dentre todas as atrocidades que marcaram a humanidade, destaco três como as mais impiedosas e dolorosas, que geraram momentos lastimosos neste mundão.
1 - A condenação e crucificação de Jesus Cristo. 2 - O impiedoso Holocausto que condenou milhares de seres humanos nas câmaras de gás, inclusive crianças e idosos. 3 - O tristíssimo episódio da derrubada das torres gêmeas do World Trade Center, na era moderna.
Os momentos vão nos ensinando a viver. A respeitar e aceitar os revezes da existência. Bem como glorificar nossos sucessos de passageiros desse barco imenso chamado vida, nos seus roteiros dos quais fazemos parte. Os momentos marcam nossos instantes no que empreendemos e fazemos, utilizando o precioso tempo para criar, viajar, alimentar-se, trabalhar, jogar, dormir, divertir-se, chorar, sorrir e amar.
Há ocasiões em que os momentos não valem nada. Passam rápido demais, sem nos deixar apreciar as paisagens ao nosso derredor; sem apanhar na estrada aquelas bromélias que enfeitam os beirais do campo. Sem apreciarmos a majestade do céu e o bailar das nuvens. Sem percebermos a distância que medeia entre cada um de nós e o infinito.
Já tive meus momentos de felicidades, assim como os de infortúnios. E, creio, que você também já passou por essas ocasiões de trânsitos marcantes de acontecimentos de sua vida.
Aliais muitas pessoas passam pela vida sem apreciá-la por inteiro, tamanha é a fragilidade dos seus momentos para parar e observar o óbvio, a beleza da paisagem, a ondulação do capinzal no momento de ventania e a chuva que demarca seus momentos aspergindo água sobre a terra, aguando os trigais, dando vida à vida que está escondida debaixo da terra.
Nunca desperdice seus momentos de felicidades. Goze todos na inteireza de suas realidades, pois há momentos inesquecíveis que não voltarão jamais. E por falar nisto lembro minha adolescência, que foi um momento rapidíssimo na sonoridade do meu imaginar e sentir. Foi um momento magistral, soberbo.
Nós todos somos escravos dos momentos, no bom sentido oportunista de encarar a vida, de tocar com as mãos na brisa matutina, de ver um por de sol cambiante, delirantemente emocionante e soberbo. Aproveite seus momentos, curtos ou longos e dance de acordo com a melodia.
Somente um sábio como Deus seria capaz de criar para nosso regalo os momentos.
Autor Rivaldo Cavalcante
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